Se você me pedir para listar 10 coisas que fiz esse ano, vou demorar para listar -- e acreditem, eu fiz muito mais do que 10 coisas (dignas de serem contadas, é claro) esse ano. Mas sendo uma pessoa extremamente autocritica e sem memória, demoro para construir essa lista, sempre me questionando se fiz o suficiente, se deveria ter vivido mais, conquistado mais, enlouquecido mais.
Ao mesmo tempo, algumas pessoas me diriam para viver menos. E não porque não me querem ver vivendo aventuras e contando loucas histórias, mas sim porque eles temem onde a minha ânsia de sentir e viver podem me levar. Limites são linhas muito finas para mim, principalmente os meus limites, o que me deixa muitas vezes em situações de perigo. O motivo com certeza não é único, mas não posso deixar de destacar o fato de que vivi em uma zona de guerra a vida toda: poucas emoções ou emoções de controle são esquisitas para mim em muitos âmbitos até hoje.
Estar em situação de risco e medo, às vezes, me deixa mais confortável que a paz e a tranquilidade de relações saudáveis. E entre perus, farofas, amigos secreto e limpezas de armário, eu tenho que colocar essa linha de pensamento no forno e subir a temperatura até que não sobre mais nada.
Para que no próximo ano a paz seja o meu ambiente de conforto. Para que a violência me deixa desconfortável. Para que as velhas feridas finalmente cicatrizem. E que nessa trajetória, eu seja gentil comigo. Pegue um pouco de farofa você também e vamos juntos.
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