Depois de certa idade, os romances "e se" são menos dramáticos e dolorosos -- se você aprendeu a lição anteriormente. Somando todos os dias que sofri por essa relação, não fecharíamos uma semana, mas caberia em um feriado prolongado. Não me perco no sofrimento, mas com certeza há momentos dolorosos no nosso "e se", principalmente quando nos conectamos apesar da distância.
Você diz que está com saudades e me lembra de como sinto falta de você. Eu digo que estou pensando em você e você acerta o que, como se nem a distância de um oceano pudesse atrapalhar a nossa comunicação mental. Nossos desejos são entrelaçados, complementares. Sou sua, sem poder ser, e você é meu, mesmo sem dizer.
Eu digo que sou apaixonada por você. Você diz que nunca viveu algo assim -- que eu te enlouqueço, roubo espaço na sua mente, seus sonhos e no seu coração. Eu confesso que vou seguir sem você do lado, sem te tirar do peito, mas você não quer... Na sua mente, eu sou sua e me compartilhar é fácil, desde que tenha total acesso a mim. Quando te disse não, você entendeu que eu precisava de muito mais do que seu amor para ser sua. E que ter só uma parte da minha atenção nunca seria suficiente.
Nós lemos, assistimos, debatemos. Conversamos sobre tudo e nada, brincamos sobre coisas que só nós achamos engraçadas. Vemos uma beleza em nós, sentimos a sintonia, e de repente parece pecado recusar algo tão lindo.
Mas não sou crente, nem você. Então não nos importamos em pecar. E torcer para que um dia, nosso "e se" se torne real ou apenas uma história divertida, uma memória de algo bom.
E só para não esquecer, mesmo sabendo que você não vai ler, preciso dizer mais uma vez que sou apaixonada por você. Quem sabe um dia tenhamos mais do que isso a dizer sobre nós.
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